Pranayamas


A respiração é o nosso veículo de intercâmbio com o exterior. Se observarmos atentamente a maneira como respiramos, podemos entender se aceitamos ou não esse “intercâmbio”. Se vivermos plenamente, nossa respiração será completa, profunda e tranquila, refletindo-se no nosso comportamento e na maneira de ver o mundo. Se de algum modo nos “frearmos”, nossa respiração será parcial, rápida e superficial.

Modificando a maneira de respirar, podemos corrigir algo que não vai bem, que nos impede de aceitar o intercâmbio com o mundo, que nos isola, tornando-nos tristes e depressivos

Etimologicamente, a palavra sânscrita pranayama significa domínio sobre o prâna. A maioria dos autores conceitua como a suspensão voluntária do alento, isto é, do prâna, e é o objetivo comum que todos eles apontam para os vários exercícios respiratórios, constituindo o "abre-te sésamo" para a transcendência e libertação

A respiração é a representação mais sutil, da energia vital dentro do seu corpo. Exatamente como se você consegui-se segurar um pedaço do tempo é impedi-se de se mover como um tênue dente de uma engrenagem e finalmente trazendo a estabilidade algo sutil como um fio de cabelo, só então, pelo controle desta força que poem em movimento a mente, que se pode parar a mente. Pois é o prana que faz a sua mente se mover. Se o Prana parar a mente não pode se mover e surge o estado de serenidade.

Pranayamas são exercícios respiratórios realizados, na sua fase inicial, para desenvolvimento e controle da capacidade respiratória e, posteriormente, para direcionar a energia sutil (Prana) para os diversos Chakras. Indicados para pessoas que apresentam dificuldade no aparelho respiratório e problemas no sistema nervoso, tais como depressão, fadiga, ansiedade e insônia.


Dentro da filosofia yogi a respiração é muito mais do que um fato fisiológico. É também psicológico e prânico. Em virtude de fazer parte dos três planos - fisiológico, psíquico e pranico -, a respiração é um dos atos mais importantes de nossa vida. É por seu intermédio que logramos acesso a todos eles. Por outro lado, é ela o único processo fisiológico duplamente voluntário e involuntário.

Se quisermos, podemos acelerar, retardar, parar e recomeçar o ritmo respiratório. É-nos possível fazê-la mais profunda ou superficial. No entanto, quase todo o tempo, dela nos esquecemos inteiramente, deixando-a por conta da vida vegetativa.

As fases da respiração

A respiração yogi se faz segundo três fases: puraka, ou inspiração; kumbhaka, ou retenção; rechaka, ou expiração. Conforme sabemos, quando inspiramos apenas pela narina esquerda, terminal do nadi id, absorvemos prâna negativo (THA) e quando o puraka se faz pela narina direita, onde termina o nadi píngala, incorporamos prâna positivo (HA).
A inspiração (puraka) estimula o sistema; ela é o movimento do ser para entrar em contato com a periferia. Absorve as forças vitais do universo.

A retenção da respiração, da inteligência e do eu (kumbhaka) distribui a energia por todo o organismo e assim o si mesmo se torna um com o corpo e vice-versa. Chama-se antara kumbhaka a retenção com pulmões cheios e bahya kumbhaka com pulmões vazios. Esta representa a sabedoria, a calma, a paz interior e só deve ser praticada quando a antara kumbhaka já for praticada naturalmente e esta, por sua vez, só deve ser praticada quando houver total domínio sobre inspiração e expiração.

A expiração (rechaka) expele o ar viciado, as toxinas, as forças negativas; é a viagem de retorno à origem do ser. A prática de pranayama desenvolve mente firme, força de vontade e julgamento profundo. A mente (citta) é como um veículo puxado por duas forças poderosas: prana e vasana (desejo). Se o 1o domina, os desejos são controlados e a mente se acalma. Se ocorre o inverso, a mente se agita

Precauções: quem tem problemas cardíacos, nos olhos ou
ouvidos ou é hipertenso não deve reter a respiração.

Respiração Yogue Completa

A respiração yogue completa é uma das técnicas mais utilizadas no Hatha Yoga.

Execução: Em pé, sentado ou deitado. Depois de expirar o ar, inspiramo-lo lentamente pelas narinas, contando até oito, e combinando com a respiração inferior, média e superior num movimento ondulatório. Primeiro, expandimos o abdomen, depois as costelas, finalmente erguemos as clavículas.

Nesse momento, a parede abdominal já está um tanto encolhida e principiamos a expiração da mesma maneira como fizemos a inspiração, isto é, contraindo primeiro a parede abdominal, depois as costelas e, afinal, abaixando os ombros, ao passo que deixamos sair o ar pelo nariz. Na respiração yogue completa, todo o mecanismo respiratório, isto é os lobos inferiores, medianos e superiores dos pulmões movimentam-se de maneira uniforme. Entre a inspiração e a expiração podemos reter o fôlego tanto tempo quanto nos seja possível sem desconforto.

Efeito terapêutico: Experimentamos profunda sensação de paz. Este exercício areja todos os pontos dos pulmões, aumentando a provisão de oxigênio no sangue, estabelece o equilíbrio entre as correntes positiva e negativa, acalma o sistema nervoso, regula e modera a atividade do coração, equilibra a pressão arterial, reduzindo a hipertensão e subindo a pressão baixa e estimula a digestão. Os órgãos são fortalecidos, tonificados e rejuvenescidos.Efeito Psíquico: Acalma o sistema nervoso e melhora o nosso estado mental. Sentimo-nos cheios de paz, quietude e segurança.

SOPRO RÁ

Em pé, com as pernas afastadas, olhos fechados, execute uma inspiração completa, levantando concomitantemente os braços esticados para a frente e continue elevando-os até o mais alto que puder. Mantenha um kumbhaka de uns poucos segundos e, a seguir, ao mesmo tempo que energeticamente, abaixe o tronco e os braços relaxados, empurre bruscamente o ar pela boca, de forma a soltar uma quase explosiva sílaba RA, não pelo aparelho fonador, mas pela passagem forçada e súbita da corrente de ar. Repetir a inspiração da mesma forma indicada, expirando em seguida lentamente pelo nariz. Conserve o pensamento firme sobre os efeitos terapêuticos abaixo indicados.


Benefícios Físicos. - Limpando completamente as vias respiratórias, refresca a circulação sangüínea. É bom remédio contra resfriados e contra extremidades (pés e mãos) frias.

Benefícios psicológicos. - Oferece uma purificação para depois de termos estado em ambientes sórdidos, passionais, deprimentes, para depois de nos termos contagiado psiquicamente em companhia de pessoas confusas, pessimistas, viciadas, malévolas, finalmente, indivíduos "carregados" de impurezas astrais. Constitui-se um "tiro e queda" contra a depressão e o desânimo.

DR. ROBERTO CÉSAR LEITE - DO LIVRO "SUPER ENERGIA"

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